O Padre Portugal era procurador do Visconde de Almeidinha. Tinha vindo a negócios com o fim de vender as propriedades de que o Visconde era possuidor na zona de Várzea de Candosa. Ficou hospedado numa casa do Visconde onde residia também uma “amiga “ dele – Dona Rosa Cândida de Nazareth e Oliveira. Segundo relatos da época, terá sido pelo mau comportamento da dita D. Rosa que o Visconde se apressou em vender todas as suas propriedades na região.
João Brandão terá sido um dos principais compradores, tendo sido mais tarde acusado do roubo e assassinato do dito procurador. Desta condenação, que depois se veio a provar injusta, perpectuada pelos seus inimigos políticos, dado que os verdadeiros assassinos foram a própria Dona Rosa e um cúmplice seu amante, que fazia parte do grupo do João Brandão, “O Faca do Mato” – José de Matos, resultou a extradição do João Brandão para a África Oriental com a pena de trabalhos públicos para toda a vida.
Todavia gozou durante certo tempo dum estatuto especial, tendo unicamente de se apresentar regularmente às autoridades não podendo apenas ter bens em seu nome. Conseguiu também rodear essa questão, pois viveu o resto da sua vida em Benguela, dono de uma grande propriedade açucareira, onde produzia aguardente, até ser assassinado pelos seus inimigos da metrópole. Efectivamente, a 17 de Maio de 1880 chega à província um novo governador, o conselheiro João das Neves Ferreira Júnior, que traria ordens para o eliminar de vez, o que de facto aconteceu nesse ano, a 17 de Novembro.
Após a sua morte ficaram, as canções, as amantes, os esconderijos, as histórias exageradas, a lenda…
Curiosidade
A prisão de João Brandão no dia 7 de Maio de 1866, na casa do pároco de Lourosa , foi levada a cabo pelo Administrador de Oliveira do Hospital, Luís Pereira de Abranches, junto com cabos de polícia e regedores das freguesias da Bobadela e de Travanca de Lagos.
Amantes
Entre outras terras, também Travanca reclama uma amante de João Brandão. Segundo a lenda era por trás da casita das campas, no largo da igreja, que João se escondia muitas noites.
Mitos (contestado por Historiadores)
I Aos doze anos comete o seu primeiro homicídio, na pessoa de um pastor de Gouveia, que mataria como mero exercício de pontaria.
II Repartidor público da riqueza, dizendo que roubava aos ricos para dar aos pobres.
Canção 1
Lá vai o João Brandão
A tocar o violão
Casaca da moda na mão
E atão! E atão! E atão!
Trai trai, olaré, trai trai
Era a moda do meu pai
Oh pastor, lavrador, enganador
rinhinhi, rinhinhó, á-á-á, ó-ó-ó
Canção 2
Já lá vais para o degredo
Adeus ó João Brandão
A morte d’aquele padre
Foi a tua perdição.